domingo, 18 de outubro de 2009

Tablas de Daimiel

Imagem 1: "Incendios subterráneos en las tablas de Daimiel. HEBER LONGÁS / ELPAÍS - 12-10-2009"
Imagem retirada do site do jornal El País

Na confluencia do rios Guadina e Giguela, um Parque Nacional de apenas 1928 hectares desaparece. O Parque Nacional de Tablas de Daimiel, pertencente à Convenção Ramsar de protecção de zonas húmidas, notícia na semana passada em Portugal através do jornal O Público e em espanha pelo El País, sofre as consequências de um uso insustentável da agricultura. Dos 1600 hectares inundáveis, apenas 5 hectares se mantêm como tal nos dias que correm. Os lençóis freáticos desceram para 30 metros, e a extração da da água existente nestes, através de furos, não abranda paradoxalmente à contínua reducção da pluviosidade.
É o mais pequeno dos 18 Parques Nacionais espanhóis e o mais interior, situado na meseta ibérica. O reduzido declive proporcionou uma reducção na velocidade do caudal, sendo a área afectada por recuos e avanços sasonais da água. Formou-se assim uma psaigem rica em biodiversidade, sobretudo no que toca a aves migratórias. No entanto, desde 1956, através de uma lei que permitia o uso agrícola dos terrenos pantanosos limítrofes, a sobreexploração reduziu fortemente o caudal. Como consequência o solo, rico em matéria organica, viu-se exposto permanentemente ao ar, encontrando um ambiente de aerobiose que permitiu uma combustão lenta da turfa acumulada ao longo de centenas de anos. Esta combustão consume grandes quantidades volumétricas de solo, criando fissuras, e fumarolas (ver imagem 2), pondo em causa a impermeabilidade do solo e uma possível e futura solução: passa por inundar a zona através de transvases e canais de rios próximos (ver imagem 1). Algo já tentado e fracassado, irá ser repetido, com melhores resultados esperados. Estas soluções têm sido empurradas pela pendente decisão da UNESCO de retirar o parque da sua protecção caso não seja resolvida a situação até 2011. O que se reconhece em ambas as reportagens é que qualquer solução não será capaz de reverter em absoluto a situação. A combustão da massa no subsolo irá criar depressões e declives superiores, inviabilizando uma inundação geral da área.

Imagem 2: "Una fumarola en un agujero del suelo del Parque Nacional de las Tablas de Daimiel. 12-10-2009 ". Imagem retirada do site do jornal El País.




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